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Começando a Criar um Modelo de Negócios


Product Manager

🧠 Artigo escrito por Bernardo Nery, Product Manager, entusiasta por tudo relacionado ao mundo cripto.


 

Começando a criar um modelo de negócios.


Agora você já entende um pouco do processo de criação, hora de colocar em prática.


Quando falamos de já tenho uma ideia, quero priorizar o trabalho, você tem que começar a pensar em como você vai construir seu produto. Aqui vamos entender uma grande diferença da Web2 para Web3.



TL;DR


  • Produtos para Web2 — Como os produtos da web2 são geralmente construídos.

  • Produtos para Web3 — Como os produto da web3 geralmente são construídos.

  • Diferentes formas de empreender — Trazendo uma visão da diferença de desenvolvimento de produto.

  • Como criar sua comunidade encontrando uma dor no mercado? — Trazendo metodologias para encontrar seu mercado.

  • Estratégia e Roadmap — Exemplos e perguntas para guiar seu desenvolvimento.


Produtos e negócios da Web2


Os negócios e produtos que são desenvolvidos em web2 são muito centralizados. Geralmente começam com um ou um grupo de empreendedores que se encontram com uma necessidade do mercado ou vivenciaram uma dor (problema existente que as pessoas querem resolver, mas não sabem como).


MaxMilhas
Logo da Maxmilhas — extraída do Google.

Vou usar o exemplo da MaxMilhas. O Max, fundador do MaxMilhas, queria viajar em uma data próxima mas os preços das passagens estavam muito caras nos sites das empresas aéreas, e para venda de passagens em milhas estavam mais baratas. Até aquele momento não existia uma plataforma de venda de milhas. Ele decidiu criar uma plataforma onde conectava pessoas que tinham milhas para vender com consumidores que precisavam comprar passagens e não tinham milhas suficientes. A partir da dor que ele viveu ele decidiu empreender, pois conhecia o mercado de milhas e sabia das oportunidades que estavam disponíveis para resolver a dor de quem queria viajar em cima da hora, mas os preços das milhas estavam muito mais baratos.


Aqui temos um claro exemplo de que o empreendedor viveu a dor e acreditou que poderia seguir para resolver essa dor, e que mais várias pessoas poderiam estar sentindo. Esse projeto foi desenvolvido em 2013, há 10 anos. Recentemente foi adquirida pela 123 milhas. Foi incluída no escândalo das milhas.


As empresas elas vem para resolver dores pontuais ou gerais do mercado, isso depende do tamanho que sua solução vai ter. Por exemplo o Google resolveu uma dor de buscas por informações na internet, uma dor que hoje é possível falar que é global e tem muita necessidade para ter melhorias e desenvolver um ecossistema de soluções para melhora a experiência do usuário.


Assim que você tem uma dor bem definida você começa a conversar e desenvolver a solução para que ela seja testada. Assim como falamos no primeiro texto, esse seria seu MVP, gerando um momento “UAU”. Com esse momento, você começa a desenvolver a equipe para escalar, montando um produto mais robusto e rodando ele com clientes e preparando a empresa para fazer a escala.



Produtos e negócios na Web3


Quando você tem uma mudança drástica na forma como a internet começou a fazer negócios, não demoraria muito para tentar criarem uma moeda 100% virtual. Essa moeda é o Bitcoin que abriu muito espaço para desenvolvedores começarem a criar novas soluções com base no que foi feito para o Bitcoin. E com uma comunidade eles se encontravam e discutiam problemas que a rede do Bitcoin não conseguiria suportar. Foi assim que O Vitalik Buterin começou a conversar para criarem uma rede de blockchain que possibilitava a criação de tokens e aplicações em uma rede de blockchain. Após terem uma comunidade já formada e pessoas trabalhando para criação, o trabalho resultou em uma documentação chamada de “White Paper” e apresentaram uma solução para desenvolver a rede da Ethereum.

Ethereum
Logo da Ethereum.

Assim que tinham já o White Paper lançando, buscaram fazer a venda “quotas” de participação que seriam tokens da rede da Ethereum, e assim em 2014 quando lançaram a rede, os tokens foram distribuídos para os investidores e começaram a pipocar uma onda de criação de moedas e tokens dentro de uma rede que está ainda em construção e atualizações para facilitar a usabilidade de novos usuários.


Vivemos em 2017 uma onda de ICO (Initial Coin Offering) onde cerca de 80% ou mais dos projetos começavam a ser desenvolvidos na rede da Ethereum.



A diferença entre as duas formas de empreender


A maneira dos projetos de web2 a serem construídos segue um playbook de se aprofundar no mercado e descobrir seus problemas, se tornando uma autoridade do assunto. Com essas informações, você começa a entender onde você se posiciona e como vai atacar os clientes desse mercado que prentende agir, assim você começa a trabalhar para produzir um produto que resolva a dor desse mercado específico.


Os projetos de web3 são um pouco diferentes, pois já crescem junto com uma base de pessoas que estão engajadas com o problema, ele já tem a comunidade que vai se beneficiar do uso do produto. Fazendo com que seu serviço já venha com uma base de usuários bem aquecidas e que em muitos casos ajudaram no desenvolvimento da solução. Além de usuários engajados, você tem uma base que você pode contar em caso de ajuda para resolver problemas futuros ou crítica.


Uma diferença muito gritante é que os produtos de web3 geralmente são opensource ou open to help, onde o produto é criado com muitas mão anônimas e isso faz com que você tenha uma velocidade muito grande e extremamente transparente. Esse tópico é importante pois todos são a cara do projeto, então em caso de erro, os usuários prejudicados de fato vão cobrar pelo seu prejuízo. Em web2, essas informações são mais privadas e pouquíssimas pessoas tem acesso aos códigos criados, e assim se mantém durante o ciclo da empresa.



Agora, como criar uma comunidade ou uma dor de mercado?


Geralmente quando nós temos alguma ideia de negócio ela é para resolver uma dor que algum público alvo está sofrendo. Quando você aproxima de um público, o ideal é fazer com que esse público de fato se tornem sua base para o desenvolvimento. Tendo essa base, trazendo todos para discussão, fazendo com o que eles comentem mais é abrir o que de fato incomodam eles. Quando eles estão abertos, e conversando entre si, a sua comunidade formou uma base sólida e pronta para extrair informações de desenvolvimento.


Algumas fontes sugerem até onde nós devemos seguir escutando o cliente e não seguir nossa visão. Por exemplo, no Livro Criar, de Tony Fadel ele comenta como que até Steve Jobs teve que abrir mão de sua visão em alguns pontos para obter o resultados previstos. Esse fato não tirou méritos dele no objetivo final, mas em alguns casos sua visão fez a diferença, como no caso de deixar o teclado do Iphone como touchscreen e não deixar ele físico, como seu principal concorrente o BlackBerry.

Iphone e Blackberry
Comparação entre o Iphone o Blackberry, concorrentes da época em 2007

Outro caso legal para se trazer é Henry Ford, onde ele fala:

“se você perguntar para uma pessoa que nasceu no início do passado (Henry Ford é de 1863, criou a Ford em 1903, nesse caso em 1800) o que precisaria para se locomover mais rápido? A pessoa responderia, cavalos mais rápidos.”

Isso mostra o quanto os usuários são importantes, mas você tem que aprofundar mais.


Assim como os casos citados, você precisa descobrir muito a dor dos clientes, e o qu realmente causa essa dor, para descobrir essas informações existe uma metodologia bem legal dos 5 por quês? (5 Why’s?). Nela você pergunta 5 vezes por que? para descobrir um problema?:


Contexto: Uma máquina quebrou em uma fábrica.


  1. Por que a máquina quebrou? — A máquina estava sobrecarregada e um fusível estragou.

  2. Por que ela estava sobrecarregada? —O rolamento não estava suficientemente lubrificado.

  3. Por que o rolamento não estava lubrificado? — A bomba de lubrificação não estava bombeando o necessário para o rolamento estar lubrificado.

  4. Por que a bomba não estava bombeando lubrificante o suficiente? — O eixo da bomba estava desgastando e barulhento.

  5. Por que o eixo estava desgastado? — Pois não havia filtro e pedaços de metais entraram dentro do eixo.

Assim conseguimos ir bem profundo no motivo e não ficamos em camadas superficiais.

User Insight Iceberg.
User Insight Iceberg.

Geralmente quando estamos fazendo esse processo de descoberta com os clientes nós precisamos ir mais a fundo dessas necessidades do cliente, então temos que descobrir as reais dores dos quais os clientes estarão sentindo, e não ficando em uma camada superficial. Isso quer dizer que, não estamos atrás de uma dor superficial, se não vamos só estar tomando um “analgésico” e não atacando realmente o que está causando a dor.


Quando você estiver ciente da dor que o cliente tem, você mantém contato com ele e tenta aproximar de pessoas que estão com uma dor similar, e começa então uma série de pessoas comentando e se ajudando para um propósito em comum, resolver a dor e comprando de fato que o caminho para resolver ela é com sua ajuda.


Assim além de você estar ajudando na resolução do problema, você começa a fazer os seus usuários e clientes em uma base de comunidade, compartilhando e criando informações para que essa dor seja sanada e qualquer outra dor que surgir vão procurar você para ajudar a resolver.



Roadmap e estratégia de negócios


Road Map


Quando você já descobriu a dor e está começando a desenvolver sua comunidade ao redor desse problema encontrado, você se depara com um problema um pouco maior, desenvolver seu MVP. Antes de começar o desenvolvimento, o ideal é se aproximar da comunidade e entender qual das dores mapeadas vai ser mais efetiva para todos e como isso vai ajudar a crescer sua base de clientes e usuários.


Nesse momento o ideal é usar sua comunidade e saber qual o melhor método para priorizar seus esforços. Como falamos no texto passado.

Roadmap
Exemplo de planejamento e roadmap.

Nem sempre vamos ter essa clareza, mas confie em você e no seu instinto e vai pra cima, para trás não é agradável.


Aqui você começa a olhar para o que é prioridade e o que não é para agora, mas isso não quer dizer que você não deva olhar. Deixe esse problema claro para sua comunidade e peça ajuda na priorização e tente junto com seu time descobrir qual o tempo que você demoram para entregar essas demandas. Isso vai fazer com que você começe e a ter um olhar melhor para entregas e com isso desenvolver um roadmap. — PS: Roadmap é algo para ter ideia de andamento, ele não é fixo, ele pode sofrer alterações, como todo planejamento.


Esse roadmap serve para você usar como um guia para as próximas etapas e deixar claro o que você estará buscando. Aqui entra outro conceito importante a estratégia da empresa, já que você está buscando desenvolver um produto.



Estratégia


Em estratégia a melhor ideia é tirar tudo que tem da cabeça, literealmente um download de informações para o papel ou computador. Com isso teremos uma ideia do que alcançar e um norte para um time que provavelmente estará nessa jornada, além de alinhar expectativas, vai fazer com que o time se motive.


Não existe melhor coisa que manter seu time motivado, então vou deixar aqui um texto que fala melhor das histórias ideias a se contar como líder, e o livro Storytelling, de Camine Gallo.


Outro ponto importante são os direcionamentos de estratégia. Aprendi com o Diego Eis uma citação do Santo Agostinho que diz

“Eu sei o que o tempo é, até alguém me perguntar a sua definição e então eu não consigo responder”.

Estratégia está nessa mesma categoria.


Então com minha interpretação estratégia de negócio é saber o objetivo a ser alcançado, não importando muito como será feito, mas desde que seja feito. Deixando claro aqui, desde que não envolva atividade ilegais ou imorais. Sabendo o lugar que você quer alcançar e sabendo o que você possui agora, para onde vamos tem que estar claro, e o time tem que estar engajado com esse objetivo. A Amazon por exemplo dominou o mercado de livro antes de expandir para ser a “Loja de Tudo”.


O que quero deixar aqui é, saiba o que quer alcançar e vá atrás desse objetivo, seguindo essas metodologias, pode se tornar um caminho mais fácil, mas as vezes fica confuso. Para facilitar, deixo aqui umas perguntas “táticas” para elaboração da sua estratégia de empresa: (perguntas extraídas do material do Diego Eis — O que é estratégia?)


  • Qual é a ambição/aspiração vencedora? Qual a posição no mercado que e empresa quer alcançar? Como ela quer ser percebida pelo mercado e pela sociedade?

  • Onde jogar? Qual campo a empresa irá jogar? Quais segmentos, pessoas, indústrias ela irá impactar para alcançar sua ambição? Quais as regras do jogo nesse campo? Quais as regulamentações e limitações?

  • Como ganhar? Quais os passos e o planejamento que a empresa irá assumir para ganhar esse jogo? O que ela irá ou não irá fazer? Quais os trade-offs?

  • Temos todas as capacidades necessárias disponíveis? Temos todas as pessoas e recursos financeiros para executar essa estratégia? Temos toda a tecnologia e o conhecimento necessário para executar o nosso plano?

  • Quais sistemas de gerenciamento e processos usaremos para medir? Como saberemos que ganhamos? Como mediremos o sucesso? Como mediremos nossa progressão? Quais os processos e métodos os times irão usar para executar o plano? Como iremos operacionalizar nossa estratégia?


Conclusão


Existem algumas formas de você avançar para seus objetivos. Tendo experiência nos dois canais, eu vejo que fazer um mix ajuda você a entender o que você quer e onde quer chegar. A comunidade é uma ferramenta muito boa para você ter esse acesso que precisa para criar enquanto o estudo vai te gerar autoridade.


Desenvolvendo comunidade e visão de empresa, tentando tangibilizar as entregas, deixa seu time alinhado e sabendo o tamanho do desafio que estão enfrentando. Então organize essas ideias desde o Dia 0 e saiba que isso vai fazer a diferença lá na frente.


 





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